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Conheça um pouco mais sobre a Casa de Cultura Mario Quintana

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Casa de Cultura Mario Quintana é uma instituição ligada à Secretaria de Estado da Cultura/Governo do Estado do Rio Grande do Sul. A história da Casa de Cultura Mario Quintana tem início em julho de 1980, com a compra do antigo prédio do Hotel Majestic, pelo Banrisul. Em 29 de dezembro de 1982, o governo do Estado adquiriu o Majestic do Banrisul e, um ano mais tarde, o prédio foi arrolado como patrimônio histórico, tendo início, a partir de então, sua transformação em Casa de Cultura. Por meio da Lei estadual nº 7.803 de 8 de julho de 1983, recebeu a denominação de Mario Quintana, passando a fazer parte da então Subsecretaria de Cultura do Estado.

 

A obra de transformação física do Hotel em Casa de Cultura, entre elaboração do projeto e construção, desenvolveu-se de 1987 a 1990. O projeto arquitetônico foi assinado pelos arquitetos Flávio Kiefer e Joel Gorski, os quais tiveram o desafio de planejar 12.000m² de área construída para a área cultural, em 1.540m² de terreno. Em 25 de setembro de 1990 a casa foi finalmente aberta.

Os espaços da Casa de Cultura Mario Quintana estão voltados para o cinema, a música, as artes visuais, a dança, o teatro, a literatura, a realização de oficinas e eventos ligados à cultura. Eles homenageiam grandes nomes da cultura do Estado do Rio Grande do Sul.

 

A cidade e o Hotel

 

A principal via da cidade, a Rua da Praia, transformava-se no local em que ia toda a gente que quisesse ver e ser vista. Uma grande quantidade de bares, casas de chá e cafés oferecia-se às pessoas que descansavam ou simplesmente apreciavam o “footing”. É nesse sentido que pode-se compreender o crescimento da hotelaria em Porto Alegre.

 

A potencialidade do setor foi percebida pelo empresário Horácio de Carvalho, homem ligado ao ramo da importação e exportação, que em 27.5.1913, por intermédio do processo 1352/13, entrou na Intendência Municipal com um pedido de licença para pagamento de impostos referentes à construção do edifício do futuro hotel.

 

A seguir, contratou a firma do engenheiro Rudolf Ahrons, ficando o projeto a cargo de seu mais importante funcionário. Chamava-se Theodor Alexander Josef Wiederspahn. arquiteto, nascido em Wiesbaden, Alemanha, morando no Brasil desde 1908. Projetou a Delegacia Fiscal, atual MARGS, Correios e Telégrafos, hoje Memorial do Rio Grande, Secretaria da Fazenda, Edifício Ely, atual Tumelero, Cervejaria Bopp, depois Brahma, e muitos outros prédios e residências que marcaram época.

 

O projeto do Hotel foi considerado muito ousado para a cidade, pois a idéia das passarelas suspensas sobre a via pública era inédita por aqui. Primeiro grande edifício de Porto Alegre em que se utilizou concreto armado, foi concebido para ocupar os dois lados da Travessa Araújo Ribeiro. Interligando a construção, grandes passarelas, embasadas por arcadas e, contendo terraços, sacadas e colunas.

 

Em 1916 iniciaram-se as obras, concluindo em 1918 a primeira parte do edifício. Em 1926 foi projetada a parte leste. Ao finalizar a obra, em 1933, o Majestic possuía sete pavimentos na ala leste e cinco na parte oeste. O estilo do prédio mistura formas, procurando dar uma impressão de grandiosidade.

 

Inicialmente administrado por Horácio de Carvalho, a vida do Hotel Majestic iniciou realmente em 1923, com o arrendamento do prédio aos irmãos Masgrau, imigrantes espanhóis que estabeleceram-se no Brasil e ligaram-se ao ramo da importação e exportação.

 

O Hotel transformou-se em um marco histórico no desenvolvimento e modernização de Porto Alegre, com uma localização privilegiada, quase às margens do Guaíba que, na época, ia até onde atualmente é a Av. Mauá. Um trapiche trazia diretamente os hóspedes ao Hotel.

 

Os anos trinta e quarenta foram os de maior sucesso do Majestic. Porto Alegre dispunha de muitos atrativos e várias companhias de revista por aqui transitavam, seguindo depois para Montevideo e Buenos Aires. O Hotel hospedou desde políticos importantes como Getúlio Vargas a vedetes famosas como Virginia Lane e artistas como Francisco Alves, na época o maior cantor do Brasil.

 

Quando o Governo do Estado adquiriu o prédio, a comunidade cultural e a população mobilizaram-se para defender seu reconhecimento como patrimônio arquitetônico da cidade. Estava selado o futuro do Hotel Majestic. Em março de 1983 o prédio foi reaberto, simbolicamente, como Casa de Cultura.

 

A efetiva utilização do Majestic como espaço cultural ganhou impulso com o funcionamento, em suas dependências, de um cinema e da Discoteca Pública Natho Henn. Começava a batalha para as reformas e adaptação do antigo hotel às finalidades culturais. A concepção básica era fazer surgir um centro dinâmico e multifacetado e, para atingir tal objetivo, a iniciativa privada também foi convocada. Em setembro de 1990, após três anos de trabalho, foi concluída a restauração total do prédio, surgindo a Casa de Cultura Mario Quintana.

 

Adaptado de: Casa de Cultura Mário Quintana – ccmq.com.br | Imagem: google.com.br